Hoje foi a minha primeira visita a Unidade de Saúde da Familia do Alto do Cruzeiro. Juntamente com Gleidson e a professora Ângela Pontes, saimos com a Kombi da Universidade e fomos para o subúrbio ferroviário. A medida que iamos nos afastando do centro da cidade, o cenário ia se modificando, dando lugar a uma região mais humilde, de pequenas casas e pouca infra-estrutura dos grandes centros urbanos.
O posto fica numa área bem localizada do bairro, perto de uma praça central onde há grande circulação de moradores. E possui uma estrutura recente, um prédio com instalações novas, fisicamente ogranizado, com um espaço razoável e sub-dividido em salas onde os profissionais atendem. Hoje pela manhã, a unidade estava cheia. Devido a vacinação e uma atividade do Dia do Hipertenso, muitos habitantes da comunidade, entre crianças e idosos, estavam presentes.
Nosso primeiro contato na Unidade foi com a enfermeira Cleane, uma das nossas preceptoras, ela nos mostrou todas as instalações e toda a unidade e nos apresentou a maioria dos profissionais que estavam lá presentes incluindo os nossos outros três preceptores: Elison (enfermeiro), Roberta (dentista) e Cleide (enfermeira e não médica como achavamos). Junto com eles e mais uma assistente social conversamos a respeito do projeto e de como seria o nosso trabalho lá. A principio eles falaram do funcionamento do posto, das visitas e das limitações relacionadas a transporte que eles teriam para fazer uma atividade de campo na comunidade. O tema violência também foi bastante ressaltado por eles, que afirmaram que naquela região é um problema alarmante e que aquela unidade é uma das mais perigosas do subúrbio. Contaram também, casos e situações recorrentes na área, como assasinatos, confronto entre traficante e policiais, e situações que me deixaram um tanto apreensiva no momento, a exemplo de uma agente comunitária já ter sido feita réfem no momento em que presenciou um confronto entre traficantes e policiais e de uma profissional do posto precisar ser transferida devido ameaças por não ter atendido de forma esperada ao paciente que tinha envolvimento com o crime local.
Enfim, a temática da violência no bairro Alto do Cruzeiro merece uma atenção maior e contempla o objetivo do nosso projeto, dando espaço pra trabalhos que possam gerar frutos importantes para a comunidade.
De forma geral, as preceptoras mostraram certa inexperiência com esse tipo de trabalho do PET na unidade, já que também é o primeiro ano do PET- SAÚDE no posto do Alto de Cruzeiro. Assumiram, portanto, o compromisso de nos orientar com relação a nossas possibilidades, mas que seria um processo de construção mútua já que elas também estão despreparadas e inexperientes com relação a este novo modelo de trabalho. No mais, minhas perspectivas foram positivas e vejo que se o grupo se manter unido e estiver sempre se comunicando poderemos atuar e criar um projeto favorável para nós e para os membros da comunidade do Alto do Cruzeiro.
Camilla Veras
Graduanda em Psicologia - UFBA